quinta-feira, 11 de setembro de 2008

terça-feira, 3 de julho de 2007

Bateu asas e voou.
Mesmo sendo assim, gente.
Era preciso perder o chão, sair por aí com nada sob os pés.
Naquele momento não teve vontade de ter apoio nem porto seguro.
Queria insanamente se libertar de precisar.
Soltava as amarras com a mesma intensidade que o ar dos pulmões.
Mesmo sendo assim, gente, que precisa de ar e de amarras, voou.
Teve vertigem, sentiu calafrio, mas queria mais e mais.
Sentiu a liberdade daquela independência, de estar solta e desgarrada de satisfações e explicações.
Era gente e precisa de gente, mas por um momento teve que não precisar de ninguém, e ser só de si mesma.
E viveu essa vida.
Bateu asas e voou, como uma borboleta.
E como uma borboleta não durou de um pôr-do-sol ao outro.
E voltou para o chão.
Mas estava revigorada e pronta para de novo pertencer.
E precisar de alguém.

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