quinta-feira, 11 de setembro de 2008

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

(De volta. Texto de 22/11/2007)

Beijos.

Vi esse menininho enchendo de beijos o rosto de sua mãe.
Mãe? Garota sem rugas e sem curvas sentada num caminho.
Invejei aquela face que levava de graça mil beijocas de um pequenino tão fofinho.
Quis estar ali como destinatária do inocente carinho infantil, daqueles beijinhos amorosos.
Em troca, levou ele um tabefe e uma repreensão.
Invejei também o tapa.
Quis também ser eu ao invés dele ali recebendo aquela violência gratuita.
Quis naquele momento levar mil tapas no lugar do garotinho para que seus beijos não fossem tão brutalmente negados.
Levaria feliz o tapa e os beijos, a violência e o carinho, contanto que levasse também a certeza de que o pequeno teria sua infância e sua educação preservados.
Ou ao menos queria que aquela outra garota sentada num caminho não descontasse em seu filho as agruras por que passou.
E, sinceramente, prefiro pensar que foi isso que aconteceu.
Prefiro o determinismo à maldade.

Nenhum comentário: