quinta-feira, 11 de setembro de 2008

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

"O olho é o espelho da alma".
Pobres olhos. Pequenos e frágeis.
Um alvo sensível, um pedacinho de vulnerabilidade.
Olhos de reflexo rápido, tementes ao perigo, escondidos na menor ameaça.
Quando há um olho a que se examinar, tortura-se o olho, derrama a gota, arde o colírio, chora o rosto.
Pisca o olho, protege-se.
Mas a pupila que se dilata, a acanhada menina agora atiçada, potencializa a exposição, deixa o caminho livre para os raios de luz, a luz que deve clarear acaba cegando.
A luz mostra o mundo aos olhos, e a forma como os olhos vêem refletem a alma.
Muita luz, pupilas dilatadas, coração aberto, mundo embaçado.
E daí viramos pilha de nervos, uma porta escancarada, não olhamos mais onde pisar, corremos o eterno risco de tropeçar, de cair, de se arrebentar, de sofrer.
Lá está o pequeno buraco dos nossos olhos, aquele que deve regular a entrada de luz, totalmente desleixado, embaralhando as idéias, tirando a razão, tirando os porquês, tirando o resto de trevas e clareando tudo sem limites, a ponto de tirar o fôlego, o sossego, a cautela, as barreiras, tudo. Tudo mesmo.
Mas espera!
Estou falando de colírio ou de amor?

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