sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Anovo.

Sigo cantando, tocando e dançando o fim de 2010, ano do final e do início, ano que descobri que posso tanto e quero tanto...
Adeus ano de libertação, de diversão, de trabalho e de alegria.
Tchau, querido ano.
Que em 2011 eu vou é ganhar dinheiro.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Lua nova.

Canto o fim do ano
alegre que canto
contente que mio
tranquila que tanto
do canto te espio.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Frescura.

Sonho em vão desfrutar da beleza de poder deixar de vez as amarras da sutileza e me agarrar na doce liberdade da grosseria disfarçada com graça no tom da zombaria.
Não me faça andar em ovos, com régua em punho tal qual espada, medindo as palavras, e secando a verdadeira arma, minha língua afiada.
Estou aqui pra dizer o que penso, e não me importar com o que você sente, pra quando você me dizer o que sente, te ferir com o que penso, daí quando quiser me ferir com o que pensas, ficarei aqui em silêncio com as dores do que sinto.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O velho e a moça (Risco Empresarial, parte II)

crise de autoridade
embuste de competência
mereço animosidade
pra aceitar a consequência

JULGO INVÁLIDA A REPRESSÃO.
EXPRESSO A JOVEM REBELDIA.
EXERÇO MASCARADA ESCRAVIDÃO.
E LUTO EM VÃO POR ALFORRIA.

Enterrada no buraco... obrigada a suportar...
desvio de prioridade... e não ver a luz do sol...
Não nego a insubordinação na hora de trabalhar,
enquanto o trabalho dele é falar de futebol.

*Para o chefe.

sábado, 2 de outubro de 2010

Primeiro andar, depois...

Já vou, será
eu quero ver
o mundo eu sei
não é esse lá

por onde andar
eu começo por onde a estrada vai
e nao culpo a cidade, o pai
vou lá, andar
e o que eu vou ver
eu sei lá

não faz disso esse drama essa dor
é que a sorte é preciso tirar pra ter
perigo é eu me esconder em você
e quando eu vou voltar, quem vai saber
se alguem numa curva me convidar
eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou

Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou


Inicio, portanto, contagem regressiva. Que ano!

Taí, não consigo assimilar a capacidade de Amarante pra escrever coisas como essa, é irritantemente brilhante.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Noite insone.

Misturo aqui o presente e o passado
e me vem aqui uma dor no peito
de misturar aqui o belo e o feio
e me aquecer aqui um calor inesperado

Me diga você: já teve algo lindo em sua vida?
Já confundiu com as coisas horrorosas?
Já achou que nunca ia curar uma ferida...
Te digo eu que profundas são as nossas.

Sabe o conforto que me dá de não ter que escolher
e ao mesmo tempo que nada fere mais
não quero fugir nem negar nem saber se são iguais
os primeiros dias, que diferentes, em paz!
é isso, é isso que faz!
não dá pra querer nem saber nem fugir, dá pra ser.

Dá pra ser? Acho que dá.
Quer ir? Pois que vá.
Quer ficar? Dois.

Que no túnel, ainda que escuro, dá pra saber que é dia.
Que é surreal o bem que faz essa companhia.
De não andar sozinha nesse breu, de ter algo que é seu,
de tranformar uma noite insone, um dia de sol, um túnel escuro, em poesia.



(Tic-tac tic-tac pegadinha do malandro)

sábado, 18 de setembro de 2010

A Bêbada e o Equilibrista

Caía a noite feito qualquer dia.

Mas no centro um sol iluminava a madrugada
em colisões explosivas como estrelas
Era o encontro da poeta com a poesia.

Viu aquele poema em estado puro
um instante congelado no palco histórico
Enquanto ao redor se espalhava a boemia.

Aglomeravam-se infinitos espectadores da noite
Turistas, negros, analfabetos, amigos
E até família, quem diria.

Apreciando a bêbada fazendo a graça
Do equilibrista que voou pra casa
Se a boemia rima com a poesia eu diria que um dia
esse show tem que continuar.

sábado, 11 de setembro de 2010

Canção.

Eis o que vou fazer
quando eu pensar em você
vou cantar uma música
quando quiser te encontrar
vou lembrar dos versos
quando ousar falar a você
vou ouvir a melodia
e me calar.
Eis o que há de ser feito
quando falhar o amor próprio
vou cantar uma música
quando antecipar humilhação
vou lembrar dos versos
quando ousar perder a razão
vou ouvir a melodia
e ter orgulho.
Eis o segredo
cantar uma música
lembrar dos versos
ouvir a melodia
e deixar pra lá.

Não quero mais me desmentir
eu não vou mais te procurar.
Mas eu tô sempre por aqui
quando quiser é só chamar.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Duas Cores

(Trilha sonora: Mombojó)

Agora eu sei o que quero enxergar
Esse colorido não devia mais me enganar
Porque a cor deforma
Quando a luz vem a brilhar
E assim seu olho começo a decifrar

Dai-me outra cor
Que não seja a do seu olhar
Dai-me outro amor
Que venha pra me perpetuar
Dai-me outra cor
Que não tenha o que eu quero enxergar
Dai-me uma dor
Que sirva para eu acordar
Dai-me outra cor, dai-me um amor, dai-me uma dor

Pelas esquinas que eu andei
Nenhuma delas te encontrar
Mas eu tou sempre por aqui
Quando quiser, é só chamar
Andando reto, sem destino
Vivendo sempre do passado
Não quero mais me desmentir
Eu não vou mais te procurar

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dois.

Anda ela no túnel escuro, sempre em frente, sem pensar em voltar atrás.
Procura a tal da luz que se diz por aí salvar os perdidos.
Caminha em linha reta pois é o único caminho, esperando aparecer o arbítrio.
Segue nas sombras escondida sem se esconder, sem que ninguém veja.
E não é sempre que dá pra ver as lágrimas que derrama no escuro.
E não é sempre que há um mágico que crie tramas no absurdo.
Claro, não pra quem for por esse túnel de trevas, nada se vê, nada se cria.
Apenas se segue.
E quanto mais se percorre, mais dormentes ficam os pés, mais confusas ficam as metas.
Para onde mesmo está indo?
Já não sabe mais que fim vai ter o caminho, se no sonho ou no pesadelo, se no plano ou na decepção.
Será que não dá pra parar no meio? Desistir? Se já nada mais faz sentido, é tudo ilusão.
Aonde vai dar esse passo se essa luz já não existe em sua crença. Cá pra nós, nessa altura já não acredita em nada!
Todo esse tempo soube que subitamente, de um canto na escuridão, algo ia surgir.
Sabia, mas não acreditou, que existia. Mas existe, e apareceu.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Drama de mulherzinha

O zen é forçado
nos suspiros mecânicos
fingindo fechar os olhos

É assim que falta o sono
quer enganar quem?
com esse invólucro espesso

Tá vendo esse ombro curvado
de carregar o peso do mundo
e mascarar a careta feia

Tá inquieta
divagando sem parar
se tapeando sem sucesso

Olha esse jeito de mulher!
tão... mulher.
Para com isso já, vai.

Quem aguenta tanto drama?
Eu não aguento
mais meu drama.

domingo, 29 de agosto de 2010

Criminal

Me sequestra um sono bandido
mas eu, tirana, reajo

Corro dele pela sala e pelo quarto
me escondo na cozinha

Mas com sua arma ele me domina
e me desaba em cativeiro no travesseiro

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

terça-feira, 24 de agosto de 2010

3x0

Desisto, você ganhou.

sábado, 21 de agosto de 2010

Não pergunte!

Não por isso vou revelar os planos
ninguém pode saber
então por que teimam em perguntar
é segredo! parem de querer
Para ti pode parecer normal
pode ser que seja natural
fazer esse tipo de revelação
como cantar uma música
pra se libertar
Pra mim está longe de poder contar
esses segredos que querem espiar
esse cofre que não quero abrir
É meu, deixem em paz
Sabe que não posso esconder pra sempre!
Vocês todos vão saber..
quando o futuro se fizer presente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Doida de pedra. (3)

Mando uma piscada e um beijo
pra quem agora se fizer leitor
sem ter em mente o menor lampejo
que tanta trova esconde uma dor

Dor de quem se fez e se faz
escritora e sua fonte secreta
sem querer revelar jamais
seu louco objetivo e meta

Um conforto pra quem tá se fazendo doida
escrevendo por aí
enquanto escondido atrás da moita
está o mistério a se esvair.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

... (2)

Sopra então quem tá se fazendo vento
volátil se escapando desatento
se não fosse dono do orgulho felino
diria até que estava fugindo

Parece tão fácil pra esse fogo ser ar
e tão estupidamente se esgueirar
parece medo que a brisa te afague
e de repente esse fogo bobo se apague

Como se não fosse o ar que fizesse arder
como se a que é duas não quisesse se queimar
Como se essa fuga não fizesse doer
como se o rei tivesse medo de amar

sábado, 7 de agosto de 2010

Mala sem alça. (1)

Um abraço pra quem tá virando mistério
se esgueirando por aí
mas não pode estar falando sério
de realmente conseguir fugir!

Sabe que gosto de quebra-cabeças
de brincar de adivinhar
Cedo ou tarde te dou certezas
e acho o caminho pra te buscar...

Um alô então pra quem criou labirinto
que não cansa de tentar se esconder
que em breve chego e logo desminto
esse jeito chato de ser você.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Para a obsessão.

De onde veio? Não sei.
E como seguiu então, difícil dizer.
Mas chegou e se apossou, como uma sombra constante.
Como uma nuvem de chuva,
como neblina,
como o frio.
E quando olha em volta, e está tudo cinza
e quando se vê enfim, e está tudo cinza
esse abraço gelado e apertado, que não quer soltar
Suspira.
E olha pro alto.
O céu, que agora a pouco estava nublado, agora está azul.
Mas daqui a pouco chove de novo.
Cidade. Cidade que imita a vida. Cidade insuportável.
Cidade do Salvador. Pra quem espera que salve. Não para os impacientes, não.
E pra quem espera, ao contrário, um abraço leve e quente, sente.
E deixa pra lá a obsessão.
Da mão, e do braço quebrado. Descanso, dessa cabeça, de tudo que está pra vir.
É, deixa pra lá.
Vai passar.

domingo, 1 de agosto de 2010

DIFERENTE



En el mundo habrá un lugar
para cada despertar
un jardín de pan y de poesía

Porque puestos a soñar
fácil es imaginar
esta humanidad en harmonía

Vibra mi mente al pensar
en la posibilidad
de encontrar un rumbo diferente

Para abrir de par en par
los cuadernos del amor
del gauchaje y de toda la gente

Qué bueno che, qué lindo es
reírnos como hermanos
Porqué esperar para cambiar
de murga y de compás.

sábado, 10 de julho de 2010

Ei,
princesa de nervos,
saudações,
da Terra do Gelo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

HQ

Se são vozes que ouço
mas não são rostos que vejo
que rondam em minha frente são espectros
reflexos da minha imaginação
de fada
sonhando princesa
colegial
e adolescente
E jurando, sobrevive ao terror
é mocinha
Se são vozes devem ser os gritos
de mocinha
se não são rostos deve ser a falta
de mocinhos
ou bandidos
e anti-heróis.
E jurando, sabe se defender
é vilã
e voa.

domingo, 4 de julho de 2010

Desculpas esfarrapadas

Dá cá a mão
vamo ali comigo
Cansei de esperar
e cansei de lutar
e já muito cansei de não entender
Então me segue
ou eu te sigo
entendamo-nos
e fica tudo bem
Dê então uma idéia
já que a minha não serve
Mostre então uma solução
já que estraguei tudo
Toma cá então minha mão
e me leva ali contigo
não espera mais não
e não briga mais não
e quem sabe eu lá fico com você

( e se der certo até aceito as desculpas dos farrapos dos outros imbecis )

quinta-feira, 1 de julho de 2010

E agora?

Eu posso crescer
e dar lição de moral
Ou posso encolher.
...e voltamos à programação normal.





Round one. Fight!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

2x0

E esse vai pra você
caso um dia venha aqui
Pra falar da decepção
que me foi ir aí
De saber que no fim não era mesmo
nem perto homem pra mim
Que não passa de um menino
oprimido em clichês no fim
Tão bobo ao ponto de misturar
no espelho a busca de si
Tão burro que foi se enganar
traindo o que de cara vi
E o que é pior no que foi também engano meu
foi um dia me misturar ao que é seu
e guardar lembranças com meu raro cuidado
se não lembra nem meu nome
Nem minhas palavras
Nem nada que eu fiz
Nem nada que fomos
...com meu raro cuidado
Pra acabar num canto largado
dentro de uma caixa bagunçada
com outras emaranhada
definitivamente esquecida
porque talvez nem sequer lembrada
ou quiçá um dia vivida.
Pena de você, vencedor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Desafio parte 2

Eu já falei disso antes
Acho que você não ouviu
Ou talvez tenha feito vistas grossas
Que decepção se for mesmo desleixo

Como te chamarei?
Vejamos... que tal Deus?
Pra mim, melhor Destino.
Pra eles, será Vida.

Pois Vida,
sou melhor que você.
No meu eu, no íntimo, dentro dessa cabeça que me deu
tudo é mais interessante.

Quem lhe deu o poder de nos controlar
quando você tem tão pouco talento?
Até me faz acreditar que és único
porque nada concentrado em um só dá muito certo, não é verdade?

Por que não segmentar?
Se você é bom de paisagismo, meu caro
vá construir paisagens
Não se meta em meu caminho

Dá então meu roteiro pra alguém criativo
em roteiros
alguém como eu
alguém que crie uma coisa decente de se viver

E nem venha dizer que sou eu que estou fazendo ela assim
porque meu livre-arbítrio depende do dos outros
quem conecta é você, não é?
Eu sei que é, e é sem graça que só

Vida, minha vida,
tá me fazendo errado!
Entra aqui na minha cachola
veja que maravilha que tem aqui dentro

Pode roubar minhas idéias, não ligo
juro, não te processo
nem tô mais nessa de direito e tal
o que quero é que você trabalhe direito

Não tenho mais dúvida que sou melhor que você
em criar minha vida perfeita
em sonhar minha dores e amores
de um jeito mais certo que essa porcaria sua

Eu sei que és orgulhoso
Mas, ô, meu filho
Vai ser orgulhoso lá na p...
e Vem ser que nem eu aqui em casa

Esse texto, claro, não é poesia
Botei em estrofes pra te provocar
Escrevi, na verdade, pra te provocar
Que me supere.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu e a outra

Não me dê motivos que o surto é cruel
Sejas tu ou o mundo
seja a vida que crio ou o sonho que invento
É risco dos brabos, mexer comigo
Há o escudo da serenidade
vê essa limpidez no exterior
Não percebe que essa alma é atormentada
talvez pelas mais sombrias idéias
ou ainda imagens coloridas
O efeito é igual
tanto na hora de te mostrar a calmaria
como na tortura de sentir o desespero
Mestra em fingir
usar as duas caras
as múltiplas faces
e inúmeras dores
Cuidado se for cutucar
onça com vara curta?
quem sabe um leão adormecido?
Não.
Gêmeos.
Ascendente escorpião.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ventos

ridiculamente estranhos
soprando, claro
nas frestas
e som agudo
soprano
do vento
Trazendo vozes
dizendo isto e aquilo
sabe como é?
dizendo coisas estranhas
nem tão ridículas
e fazendo bagunça
claro
no cabelo
nas roupas
nos brincos
nos olhos
manchados
emaranhados
amassadas
Nem é furacão
claro!
nem brisa
claro!
ventos estranhos
só ventos
soprando
soprano
nas frestas
nas festas
nas sestas
nas sextas
nas terças
todos os dias
desses tempos de vento.
Desses invernos.

domingo, 6 de junho de 2010

Rumores...

Ouviu certo, agora eu procuro efemeridades
porque até um meio termo entre o mais e o menos já inventaram pra complicar
A paixão continua sedutora, um hobby tão antigo
mas tudo que não preciso é minha cabeça fora do lugar
O amor continua lindo, sempre o sentido da vida
mas não quero entrar em guerra pra gostar de alguém
(descobri, todo mundo tem medo do amor)
O nada agora até me atrai, falta de tempo
mas pra mulher carente a física não permite ficar sem ninguém
Romance? Tô fora!
Se os guardiões da moralidade me permitem dizer
as efemeridades estão mais fáceis de viver
Se estou andando pra trás no curso certo da vida
prefiro arriscar a solidão que criar outra ferida
Se complicar por ser mais ou ser menos é hoje o menor dos problemas
me contentar com mais ou menos é o maior dos dilemas

Senhorita Lasserre: terça-feira, 5 de junho de 2007

terça-feira, 1 de junho de 2010

Risco empresarial.

Cava sua cova
regando
cultivando
seu fim.
Cego de rancor
não percebe seu pescoço
enfeitado num laço
pronto pra se lançar
(talvez ao som de Doris Day =D)
Mas quem virá salvar o dia?
Tá se impondo erudição
tá crente que pode
Sem poder
E sem o poder?
Tá dizendo que é escolado
mas tá parecendo é burro
mais tá parecendo bobo
ou suicida..
Diante dos súditos
Com a cova sob os pés
a corda no pescoço
e a falta de razão.

*Para o chefe.

"A serenidade é o fim para as almas atormentadas."

terça-feira, 25 de maio de 2010

Decifra-me ou...

Não foi de cara, confesso
mas não tardou a chegar
Aguça a percepção de que algo está fora do lugar
Que inseriu no quadro uma cor destoante
e não é com essa cor que vai seu quadro pintar
que não é dessas fontes que irá em breve se inspirar
No meio tempo, aproveita, bebe a água que sobrar
Mas não finge que tal bebida é a melhor no paladar
Todo mundo sabe que não gosto de água!

(E todo mundo estranha...)
Mas não são muitos que sabem que doce não é meu forte
Tem gente que vê de cara, confesso
que meu gosto é amargo

Vive ainda, não nego
mas não me faço de burra pra o tempo prolongar
As cartas estão na mesa, embaralhadas
esperando pras canastras formar
Um exército de cartas marcadas
prontas pra cabeça cortar
ou as orelhas, e não me faço de morta aqui nesse lugar
meus infinitivos não vão tão bem como em Ju
Mas com um esforço posso também rimar

domingo, 23 de maio de 2010

8 dias para o fim do mês.

Veio ao som das gotas de chuva
Sem decidir direito a direção
Duvidando do que tinha de si
Apanhando migalhas com a sorte
Sorteando as horas de ser feliz
Aceitando o que veio de ruim
Usando bem os exemplos negativos
Aprendendo com os erros
e repetindo de pirraça
Veio aqui onde estou
vai aí onde está
espere.
Juro que não escondo nada, não é de mim.
E agora que começa novo ano, a mesma chuva há de virar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Do lado de dentro.

Precisa um pouco de mim, pra sair da mesmice
Tá bom que para, mas depois começa, e de lá segue
Precisa um pouco, bem pouco, é estranho
Não faz mal se não for eu, pode ser alguém
Não nota, bobagem, se eu vou por lá
Posso então relaxar, me guiar, se for eu por aqui
Já é quase hora, não dá pra negar
Deu quase aquela hora, que precisa sempre dar
Se estou esse tempo que é curto
Cuidar de libertar, usar esse pouco
E em seguida levantar e seguir, em seu rumo
Que é breve essa forma de me usar
Mas é como deve ser, como se lê nas instruções
Desse objeto de uso prescrito, homeopático
Que não serve pra curar, serve pra ferir
Pra que das cinzas do ostracismo surja enfim o dom da inspiração
Que não sou eu, não, mas ajudei a criar.
Já meu preço, tá difícil de cobrir
Sobra então meu lado de cá
No meu frio inferno que acaba agora que o ano vai começar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Fique.

Não dá pra andar lá
no seu mundo
Porque vi a placa de proibido entrar
Sabe, sou daquelas que seguem as ordens
Principalmente as que não faz sentido questionar
E não questiono.
Não tenho nem curiosidade
que esse interessante não faz questão de ser pra mim.
Quem sou eu pra fazer questão de achar?
Oh, desdenha...? acomodada, passiva, e talvez ainda mais dopada
ainda mais acostumada, mesmo sem viver
É que aqui onde eu ando
meu mundo
sigo a ordem:
vou andando caminhos dos outros, sem participar
vou fazendo meus próprios caminhos, sem convidar
e vou fechando todas as portas, sem proibir.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

É simples como a natureza
instintivo
Devastador como a chuva
molhado
Necessário como o outono
apegado
Meio de abril.

Cá eu no meio de Abril, no meio do temporal, no meio do começo, natural, alheio, aqui.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Parar e esquecer o agora
que o que importa é o diante
que promete que nada seja
como foi.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

OUTRO CARTÃO? NÃO ACEITO!

Se assusta pela gravidade da sua voz
Se machuca a gravidade em seu semblante
Chega com a cabeleira branca que parece loira
E alta que dói nas vistas
Com essa voz...
Danada da vida!
Pelo nome diria que é cheia de graça
Pela determinação diria que não falta raça
Aos outros parece somente pirraça
Perde-se magnífica em seus erros
Nunca antes admitidos
E não espere que sejam jamais
Porque a idade já avançou
E os loiros cabelos brancos hoje são de mentira
Assim como a pose
Assim como a agressão
Que Graça!
Que grita e que fere
No meio da rouquidão
Que lhe tira o fôlego
Conseguindo falar sem parar
Que lhe falta o amor
Que fugiu para o mar
Que assusta os outros
Pela dureza das palavras
Pela gravidade da voz
Pelo semblante da tristeza. Em pessoa.

(***)

E a outra me pergunta
Se eu a acho velha
Pela idade
Eu acho.
A outra quer saber
Se é mais nova
Por ser gorda
Não é.
Tão velha e chata
Mas com menos graça
Embora seu nome lembre a beleza
Não passa, porém, de mesma.



(Para alguém perdido na segunda-feira)

terça-feira, 2 de março de 2010

Viva la vida...

...or death and all his friends.


Da série: coisas que podem fazer seu coração explodir de alegria.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Putz!

Botei o título "putz!" pra não por "porra!" e ficar muito chocante.
Mas o fato é que fiquei meio revoltada em ver como a qualidade dos meus textos vêm caindo, e acho que é por falta de prática.
Tomara que não, pode ser coisa de inspiração.
Mas se for, isso é IMPERDOÁVEL.
Texto pessoal, e sei do que estou falando.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Paraíso.

Pretty looking road,
try to hold the rising floods that fill my skin
Don't ask me why I'll keep my promise,
I'll melt the ice
And you wanted to dance so I asked you to dance
But fear is in your soul
Some people call it a one night stand
But we can call it paradise.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

E ela?

Às vezes parece, até que cala
finge que vê
Insiste a negação, bobão
e continua. Ela.
Perseguir o resgate, ir, ir.
De si, para si, não!
Como é difícil...
Mas que impossível não tentar
Pra que iria parar?
Não.
Oh lá! De novo.
Quem será essa mulher?
Por que anda a fazer o que faz?
Não tem cabeça.
E cadê o pé?
Noção. Sentido.
Sentindo.
Que fiasco.
A culpa é da imaginação.
Mas ela? Ela é assim, querendo quem queira, enquanto existir.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Fatal

Penelope Cruz acorda na praia e pergunta: "Do I snore when I sleep?"
No que eu penso "No, you drool, you drool in your sleep."
Daí o Ben Kinsley responde: "No, you do worst. You drool, you drool in your sleep."

Lá pras tantas aparece a Deborah Harry, no que eu penso "Po, frase copiada e a mesma atriz? Como assim?"

E lá pro final do filme, com a música, eu tive certeza que era a mesma diretora, e faz todo sentido, afinal, Penelope Cruz, né, a moça é apadrinhada de Almodovar.

Mas o que não entendi mesmo foi a repetição da frase. Qual é a dela com mulheres dormindo e babando, afinal?

Anyway, S2 My life without me, e gostei mais de fatal graças a isso.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Tempos Modernos




Será que alguém não sacou?





Ai ai, Globo, Globo...