quinta-feira, 11 de setembro de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A semana está se arrastando com a lentidão de um pensamento que se repete. Uma, duas, dez vezes ao dia a mesma idéia martelando, como um elástico esticado, no limite que pode agüentar. Parece que é um processo lento de passagem por cada neurônio, me fazendo reviver toda vez, numa lenta tortura. Mas na verdade são todos ao mesmo tempo, todos teimosos repetindo a frase arranhada do disco, espetando a dor mil vezes como o tapete de pregos do faquir.
E sim, mais uma vez a idéia é a dor. Uma idéia batida e cansada, que já devia ter dado o que tinha que dar. Já tinha que ter doído o que tinha que doer. Mas insiste ainda em voltar tantas vezes, incomodar o dia inteiro, e enfiar uma maldita escuridão na minha sempre clara visão de futuro.
Pois tenho o dom da clarividência.
Ultimamente, entretanto, as semanas se arrastam, e algumas noites passam correndo demais, tudo muito lento ou muito rápido para me dar as certezas que preciso. Por mais claro que tenta parecer, nunca tem a clareza suficiente. Por mais verdadeiro que tente ser, nunca passa a confiança suficiente. Por mais belo seja o quadro que pinta, nunca vai recuperar o frescor da obra-prima destruída.
Esses pensamentos ficam se repetindo, e isso nunca ajudou a resolver nada. Só faz retardar as semanas e a perspectiva de felicidade.

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