quinta-feira, 11 de setembro de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O café. A cafeína. Posso dizer que nessa altura já estou transbordando. Meus olhos estão vidrados, saltados arroxeados, nossa (!), como estão horríveis. Minhas mãos e meus pés estão inquietos, meu estômago dói, mas ainda assim minha cabeça continua zunindo. A sensação é de que meu crânio oco agora abriga uma fumaça densa, poluída, e o pior, extremamente pesada. Ao mesmo tempo, vez ou outra perco meus movimentos. Continuo me movendo, mas meu controle está desaparecido, é como estar debaixo d'água, afastando moléculas, removendo obstáculos físicos para avançar. Não o encontro, o controle, quem move é meu inconsciente, essa parte primitiva de mim que insiste em se comportar como sempre. Estou entorpecida. Descontrolada, mas ao mesmo tempo estou mole e cabisbaixa. Na verdade, cabisbaixa sim, mas não no sentido figurado da tristeza, é literal, meu pescoço está rebelde e não quer mais segurar o que está em cima dele. Tão pesada! São os sintomas de uma droga, mas estou sóbria. O mundo é o mesmo, mas para mim passa em câmera lenta, anuviado, granulado como um filme em película, e ao mesmo tempo aguçado como o novo cinema digital. Em tantos momentos estou num daqueles filmes de Lynch, entretanto, lamentavelmente permaneço acordada. Ando, dirijo, estudo, trabalho, como posso continuar vivendo com todo esse sono? Vou ali tomar mais um expresso.

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