terça-feira, 30 de setembro de 2008

Acordando.

Deixa eu acordar.
Já é hora, né.
Abrir o olho.
Ver.
Tem realidade que é bonita.
Tem hora que é melhor acordado mesmo.
Tem coisa que acontece,
sem que a gente sonhe.
Acontece.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Marcelo.

Deixa eu brincar de ser feliz.
Deixa eu sonhar com o impossível.
Deixa eu achar que pode ser meu o que não é.
Que vai vir pra mim o que não virá.
Deixa a fantasia me deixar contente.
Deixa a imaginação me fazer sorrir.
Eu que andava tão triste,
eu que vivia carente.
Agora estou aqui, apaixonada.
Deixa eu gostar do sorriso bobo, sem graça.
Deixa eu gostar do corpo orgulhoso, sem caber de emoção.
Deixa eu achar que aquela alegria linda era por mim - e também era.
Mas deixa eu querer ele pra mim.
Eu quero os olhos castanhos em mim,
a barba em minha pele,
a voz no meu ouvido,
e o sorriso em minha vida,
como está agora em meus sonhos.
Deixa eu brincar.
Deixa eu ser feliz.
Deixa eu te querer.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Senhorita Lunática.

Uma vez me disseram que eu era a "menina da lua,
Olhe mas não toque", era eu.
Mas eu não sou assim tão bonita, nem tão brilhante.
Talvez eu seja mesmo distante.
Pode ser fácil me ver, mas poucos vão querer me tocar.
Vai soar sempre uma tarefa difícil,
difícil demais para valer a pena.
E assim como essas coisas que são feitas apenas para ver,
enjôo,
não sou como essas coisas feitas para se viver.
Mas querendo ou não vivo,
mesmo longe, e mesmo só,
e querendo ou não continuo brilhando.
Pois a luz me ilumina sem cansar.
Eu canso, às vezes é difícil suportar o fardo
de ser olhada sem ser tocada,
de ser tocada e depois deixada.
A menina da lua é distante,
e sozinha, e talvez esse seja seu destino,
de estar sempre longe, um sonho vago, uma névoa.
Mas tenho também um quê de lunática,
de observar à distância,
de imaginar e divagar, de sonhar acordada.
Esse jeito ao invés de me isolar,
me afasta de mim e me aproxima do mundo.
Para ser bem tenho que deixar de ser eu,
e admirar-me.

terça-feira, 23 de setembro de 2008



Em breve a série: textos do meu caderno, diretamente das aulas mais animadoras da faculdade!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sonhando.

Congele o tempo,
pare o espaço naquele momento.
Você ficou feito um tolo,
olhando,
gostando,
o corpo parado e a alma balançada violentamente contra a razão.
E você quis que o tempo não passase nunca,
que a vida não desmanchasse aquele bendito momento,
aquele dito espaço de tempo.
Se você pudesse deixar estático aquele espaço de tempo,
não ia precisar de mais nada.
Era aquela cena linda e eterna,
e lá você preso,
feliz.
Congela a felicidade.
Um bar, uma noite, sorrisos e o som na vitrola.
E o tempo passou.

"Será que algum dia eles vêm aí?
Cantar as canções que a gente quer ouvir?"

Não vieram nunca.
E o tempo passou.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Rapidinha.

Pra que andar pra não chegar?
Se cansar à toa quando o destino não está mais lá.
Seu objetivo correu, se mandou.
O que você queria não te quer mais,
então pare.
Fique parada.
Assim você não se cansa e vai ser mais fácil de outro te alcançar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Poema.

Não quero mais te entender
tentar saber o que sente
decifrar o enigma dos seus olhos
e o labirinto em sua mente.

Já tanto me perdi
confusa nesses caminhos
fiquei louca me guiando
e acabamos sozinhos.

Agora fico cansada
só de pensar em voltar
a caminhar nessa estrada
e de novo me machucar.

Quero que você me queira
tão leve quanto eu te quero
pode ser que nunca seja
mesmo assim eu espero...

Pois cansei de te entender
e cansei de tentar
mas não cansei de você
nem cansei de te beijar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Quinta-Feira, 11 de Setembro de 2008

Bom, aqui estou eu escrevendo coisas novas de novo.
Não que em todo esse tempo eu tenha nada escrito, mas tive esse pequeno problema que me manteve longe do ambiente de publicação virtual.
O maldito weblog, o sítio onde eu publicava meus textos desde 2004 resolveu sair do ar.
E daí, depois de criar este novo, resolvi fazer uma seleção do que eu mais gostava no outro e rechear esse aqui. O problema é que isso dava trabalho... e depois que comecei me deu uma preguiça tremenda! E o tempo foi passando...
Pois bem, terminei enfim.
E agora um blog revive.

Chan.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Toda vez que bebo sem pensar nos maus tratos estomacais,
o café que esquenta um pouco meu corpo gelado com a climatização do ambiente de trabalho,
faço uma careta sem graça que além de enfear um pouco meu rosto sem expressões não assusta nem a mais impressionável das criaturas.
O café expresso da máquina cara que temos por aqui é forte e amargo ao extremo,
nem com tantas gotas de adoçante,
esse elixir artificial que causa um doce forçado,
uma coisa irritante de se tragar,
nem com essa abominável doçura ele deixa de contorcer minha feição.
Na manhã avançada meu estômago começa a reclamar vazio,
coitado,
e mando uma dose dupla do expresso para maltratá-lo ainda mais,
só para ficar com o gosto amargo misturado com o doce intragável na boca.
É estranho o dia-a-dia,
é uma sucessão de auto flagelo,
um sacrifício atrás do outro.
É assim que passo meus dias.
Lembrando do que fiz de estúpido e inteligente ao longo da manhã.
Hoje tentei ser esperta,
falando de modelo de gestão e de estado,
juntando a suposta produção acadêmica com o que me empurram aqui no trabalho goela,
corpo todo abaixo,
osmoticamente,
repetindo como aquele curso de inglês,
mas no fim das contas não passo de uma piada.
Uma máquina movida a café e sentimentalismo.
De vez em quando um pouco palhaça.
De vez em quando escrevendo alguma coisa.
Mas sempre acabando com minha saúde com a mistura bombástica de café expresso com ciclamato de sódio.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A semana está se arrastando com a lentidão de um pensamento que se repete. Uma, duas, dez vezes ao dia a mesma idéia martelando, como um elástico esticado, no limite que pode agüentar. Parece que é um processo lento de passagem por cada neurônio, me fazendo reviver toda vez, numa lenta tortura. Mas na verdade são todos ao mesmo tempo, todos teimosos repetindo a frase arranhada do disco, espetando a dor mil vezes como o tapete de pregos do faquir.
E sim, mais uma vez a idéia é a dor. Uma idéia batida e cansada, que já devia ter dado o que tinha que dar. Já tinha que ter doído o que tinha que doer. Mas insiste ainda em voltar tantas vezes, incomodar o dia inteiro, e enfiar uma maldita escuridão na minha sempre clara visão de futuro.
Pois tenho o dom da clarividência.
Ultimamente, entretanto, as semanas se arrastam, e algumas noites passam correndo demais, tudo muito lento ou muito rápido para me dar as certezas que preciso. Por mais claro que tenta parecer, nunca tem a clareza suficiente. Por mais verdadeiro que tente ser, nunca passa a confiança suficiente. Por mais belo seja o quadro que pinta, nunca vai recuperar o frescor da obra-prima destruída.
Esses pensamentos ficam se repetindo, e isso nunca ajudou a resolver nada. Só faz retardar as semanas e a perspectiva de felicidade.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ando escrevendo coisas muito tristes.
Espero um dia voltar a escrever sobre a lua cheia, sobre pôr-do-sol e tardes de alegria.
Mas quando ela se abate, uma sombra sem fim, um eterno crepúsculo, penumbra, névoa, é difícil achar o caminho da saída.
Devia simplesmente parar de escrever quando me sentisse assim, mas não aprendo a lição.
Daí a caneta fica ali, tentando se desviar dos pingos da goteira do temporal e se fazer entender.
A mão fica ali, tentando se manter firme diante do terremoto.
A cabeça fica ali, tentando se manter longe dos piores momentos que escreve, filmes de Shyalaman.
Quero parar com os cataclismas e voltar a escrever sobre as belezas comuns do dia-a-dia.
E não falo de natureza...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Chore na chuva!
Sente-se debaixo de um temporal...
Primeiro sentirá sua dor extremar-se, se espalhar em cada canto de seu corpo em dores agudas, sufocando seu peito até quase matar.
Mas em pouco tempo, menos do que imagina, menos do que se espera, as lágrimas vão virar chuva e deixar de existir.
Sentirá o rosto molhado, mas todo o corpo estará, a fúria da natureza superando sua própria.
Logo verá que a água em sua face é doce, e será fácil esquecer o amargo salgado da desventura.
Em pouco tempo parará de chorar, e será chuva.
Pois que a maré resolveu virar!
Com muita sorte enormes nuvens de chuva se formaram sobre minha cabeça.
Meus poros de contraíram com o frio, os pelos eriçaram-se. Tudo acinzentou, adquiriu um aspecto pálido, tons sóbrios.
Sim, a cena agora está colorida do jeito que eu gosto, com a rapidez com que chega uma frente fria.
Chorar na chuva não é choro. É só chuva.
E tudo pode começar a melhorar...

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O café. A cafeína. Posso dizer que nessa altura já estou transbordando. Meus olhos estão vidrados, saltados arroxeados, nossa (!), como estão horríveis. Minhas mãos e meus pés estão inquietos, meu estômago dói, mas ainda assim minha cabeça continua zunindo. A sensação é de que meu crânio oco agora abriga uma fumaça densa, poluída, e o pior, extremamente pesada. Ao mesmo tempo, vez ou outra perco meus movimentos. Continuo me movendo, mas meu controle está desaparecido, é como estar debaixo d'água, afastando moléculas, removendo obstáculos físicos para avançar. Não o encontro, o controle, quem move é meu inconsciente, essa parte primitiva de mim que insiste em se comportar como sempre. Estou entorpecida. Descontrolada, mas ao mesmo tempo estou mole e cabisbaixa. Na verdade, cabisbaixa sim, mas não no sentido figurado da tristeza, é literal, meu pescoço está rebelde e não quer mais segurar o que está em cima dele. Tão pesada! São os sintomas de uma droga, mas estou sóbria. O mundo é o mesmo, mas para mim passa em câmera lenta, anuviado, granulado como um filme em película, e ao mesmo tempo aguçado como o novo cinema digital. Em tantos momentos estou num daqueles filmes de Lynch, entretanto, lamentavelmente permaneço acordada. Ando, dirijo, estudo, trabalho, como posso continuar vivendo com todo esse sono? Vou ali tomar mais um expresso.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Esse foi do dia da mentira. (Pensando muito seriamente em mudar de blog...)

Será que devemos sorrir porque as coisas vão bem?
Tudo corre às chamadas mais de mil maravilhas, no mínimo, e nada pode dar errado.
Isso é suficiente para enxugar o pranto e colocar dentes de fora?
Merece o mundo exterior ser agraciado com o som do nosso riso, e isso sem ironia, sem sarcasmo, sem zombateria?
Temos o direito de nos deixar sentir bem e iluminar os olhos com a pureza do contentamento?
Sabemos que houveram aqueles tempos turbulentos, furacões, que bagunçavam os pensamentos sem deixar espaço para ter consciência de que tinha alguma coisa além da tristeza para sentir.
Não é hora agora de inventar algum infortunio?
Forçar-nos para baixo e martelar pregos entre nossos pés e o chão?
Agora que as coisas vão bem, devemos sorrir?
Será que devemos ficar felizes só por nos sentirmos felizes?Penso...

quarta-feira, 26 de março de 2008

Um dia me vi absolutamente acabada num canto, totalmente posta de lado por mim e por todo meu jeito de ser, tudo que deixei que acontecesse, que permiti que me atingisse.
Observei um corpo inerte que sentia, e ao mesmo tempo que quis me curar quis adoecer, quis deixar de existir para sempre pra que a dor me abandonasse também. Quis ser deixada novamente, dessa vez pela agonia que me consumia.
Estava vendo como tinha errado, que quando se abre a porta pensando em ser feliz, fica também aberta a entrada para o infortúnio, para a crueldade, para o sofrimento sem fim. Errei! Essa porta deve ficar fechada, trancada, lacrada, sim!! Não era pra ser escancarada como foi pois o mundo fora dela não é confiável.
Eu vi a chuva de solidão que me molhava, e sabia que ela só incomoda quando a gente se desacostuma a ser só. E não devemos nos desacostumar nunca! Enquanto ficamos em nosso isolamento, longe de qualquer um que nos possa ferir (ou gostar), magoar (ou querer bem), ofender (ou fazer feliz), nos cobrimos nas asas do melhor da vida: a proteção. Não devemos nos expor!
Errei. Tudo bem, a gente erra.
O pior, (burra!) é que não aprendi.
O pior é que tem coisa que me cega.
O pior é que me iludo de novo e de novo.
Ouço avisos? Ouço!
Dou ouvidos? Não! É muita estupidez.
Chances de essa porta entreaberta deixar entrar os criminosos? Todas.
Aqueles que ferem (e gostam), magoam (e querem bem), ofendem (e fazem feliz).
E se for, bem feito!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Todos os dias na hora do almoço no restaurante do chinêsinho (vide multiply) passa uns documentários da BBC que a Record transmite. O tema é basicamente o instinto humano em suas várias facetas. Ontem eu fui almoçar meio tarde e perdi o programa, mas Segunda o tema foi o ciúme masculino. Esses programas são realmente muito interessantes, pude saber, por exemplo, que pesquisas demonstram que 1 em cada 10 pessoas não sabem que não são criadas por seu pai biológico, ou seja, que são filho adulterinos. Outra informação interessante foi sobre os testículos dos primatas. Os testículos do ser humano estão num tamanho médio entre os do gorila e do chimpanzé. Os testículos do gorila são menores pois suas fêmeas são extremamente fiéis, se dedicam apenas a um parceiro em toda a vida. Já os dos chimpanzés são maiores pois suas fêmeas são volúveis e acasalam com qualquer macho que aparecer. Desta forma, eles precisam produzir mais espermatozóides afim de fecundar o maior número de fêmeas possível. Os testículos do homem estão no nível intermediário entre os dois. Isso quer dizer que as fêmeas humanas são fiéis, mas nem tanto. Que coisa, não?! Foi bem interessante também a história de um homem que namorava com uma moça há 7 anos, e eram muito felizes. Até que um dia, ao passar um fim de semana na casa de pesca dele, um fato tirou a paz do casal. A mulher dormia perto da lareira quando seu celular recebeu uma mensagem de texto. Depois mais uma. O namorado, curioso, resolveu dar uma espiadinha e saber quem queria tanto falar com sua amada. Qual não foi a surpresa ao ver duas mensagens "insinuativas e com teor sexual" enviadas pelo vizinho da casa ao lado, que estava viajando. O homem enfurecido resolveu dar o troco e imediatamente pegou uma serra elétrica e um machado e se dirigiu à casa do vizinho onde estava estacionado seu precioso carro, um Jaguar que o cara "mais parecia não dirigir, apenas polir". O homem destruiu o carro caríssimo com a serra elétrica e o machado por causa de seu ciúme. Pena que era só isso que eles queriam abordar e não contaram o fim da história, tipo se ele cortou também a namorada com a serra ou coisa assim. Ficou explicado também que o ciúme masculino é despertado justamente por causa dos hormônios sexuais de um testículo mediano, é o instinto de perpetuação da espécie. Só que ontem também ouvi uma história real, contada por alguém próximo sobre ciúme. Um colega de um colega meu revelou que após a descoberta de sua traição pela namorada, com quem vivia há 3 anos, ela atirou álcool no corpo dele e riscou um fósforo. Depois disso prestou socorro e ficou com ele no hospital enquanto esteve internado com queimaduras graves. Após a alta ela desapareceu no mundo. Moral da história, ela não queria matar, queria mesmo era deixá-lo queimado. Não tiro a razão dela... Trair a namorada e ser descoberto? Que queimação! Imagine então se as mulheres tivessem o tal instinto do ciúme masculino...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Já que o weblog resolveu prolongar alguns dias minha fossa, publico agora os três que estão acumulados de vez!

De 10/03,

É nessas horas que devo escrever. Escrever é preciso para não perder o jeito, para não perder a mão, a forma, o estilo. Tenho que escrever pois não posso perder nada, não posso deixar de lado o meu ser, minha essência, o que tenho escrito em mim. Idéias confusas borbulham como borboletas, voam como peixinhos, e preciso gravar isso no papel, pois só tenho boas idéias. Não posso esquecer do que eu tenho de bom. É tanta coisa que só posso demonstrar de uma vez se escrever, pois tudo se pode quando se escreve. Até mesmo mostrar tudo que sou, o que não sou, e o que talvez eu seja e não seja. Letras, letras!!! Desvendam e criam mistérios. Mas acima de tudo, são verdades. Preciso escrever para não perder a pena, para continuar.

De 10/03 mais tarde,

Lá vou eu de novo me agarrar a sonhos esparsos que não viram nunca realidade. São esses sonhos que me ajudam a viver, como todos os sonhos são razões de viver de todas as pessoas. Crio na mente essas coisas esquisitas, belas, que não acontecerão jamais, e a fantasia toma conta desse meu ser, e aos poucos realidades indesejadas vão ficando para trás. São esses meus estranhos sonhos que se tornam histórias interessantes, histórias que poderiam e deveriam e talvez sejam escritas, e assim se tornam realidade na ficção. Deve ser este o meu dever em sonhar tão bem, tornar meu sonho uma ficção inventada, para que talvez alguém ache realidade nele. Daí quando menos se espera, a vida é o melhor escritor e o destino faz seu papel. O fato acontece melhor que o sonho, e pega totalmente de surpresa. E não adianta eu me iludir e achar que estou curada de padecer com os males da perfeição da realidade, estou viva, acontecerá. Estou aqui. Talvez aqui esperando o dia em que meus sonhos se realizem e que eu seja essa autora perfeita de minha vida, e prove a mim mesma que estou dessa vez certa, e que nada é melhor do que a realidade que crio para mim em sonhos. Mas eu gosto de agradáveis surpresas. Quem sabe meu dever em sonhar tão bem seja dar possibilidade para a vida ser melhor. O desafio está lançado.

De hoje,

Ele tem o dom de criar verdades.
São coisas que ele cria em sua cabeça, e tão forte de pensamento ele, que vira tudo realidade.
Não importa se manipula o passado, não importa se inventa o futuro, o que não era passa a ser, e a fortaleza de sua vontade protege o que ele não quer que seja.
Ele é voluntarioso, e é bom ser voluntarioso se consegue tudo que se quer.
Ele inventa até um querer pra que o que é seja o que ele quer.
Ele é o mágico da felicidade!
Criador de suas verdades!
Assim é fácil não ficar triste...
A novidade é que ela é absolutamente igual.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ela não corria porque tinha medo dos radares. E naquele dia passou por muitos radares, dentro da velocidade permitida. A última coisa que precisava naquele momento eram gastos com leis. As únicas leis que queria infringir eram leis trato social, de comportamento, de costumes, do que é considerado certo. Mas não as leis de trânsito. Dirigir em alta velocidade pode ser perigoso, pode causar um acidente fatal. Na verdade ela não estava ligando nada pra isso recentemente. O ruim é ficar viva e sem dinheiro.

domingo, 2 de março de 2008

Não era culpa dela, ela estava acostumada a ganhar. Tudo dava certo, as coisas conspiravam em seu favor. A vida tinha dado a ela sorte e não juízo, e por isso mesmo ela achava que era fácil. E um dia ela foi descobrir que a vida não era fácil.Dirigia devagar pois tinha medo dos radares. Não corria nunca, e a prudência se manifestava nessa forma zelosa. Naqueles dias em que a vida passou a ser difícil correu com seu carro. Embriagou-se e correu. Foi cantando alto suas músicas favoritas, músicas que falam de amor, felicidade, amor, tristeza. O amor pode acertar sua vida ou o amor pode partir seu coração, dizia a música. Como entendia o idioma, e entendia a linguagem, e entendia o que dizia a letra, sabia do que se tratava, cantou alto. Correr com o carro embriagada, não foi tudo. Ela contrariou tudo que sabia sobre a vida, tudo que sabia sobre as pessoas, tudo que sabia sobre orgulho e sobre como se deve agir. Contrariou tudo e agiu como seu coração mandava, louca. Agiu loucamente pois tinha um coração louco, um coração apaixonado, um coração iludido, todo um ser que se viu em beijos e abraços, em noites de amor, em dias de alegria, em companheirismo, em amizade, em promessas. O coração não vê nada disso, era louco pois sentia apenas, não pensava. E deixou de ter sorte. E quando deixou de ter sorte não devia mais nada à vida. E sem dever não sabia mais viver direito. Não tinha mais débito com o destino e tomou atitudes transloucadas, abandonou o domínio de sua razão e deixou que seu coração lhe guiasse em caminhos errados, em alta velocidade. Não era culpa dela, pois não estava acostumada com nada disso. Então não foi culpa dela ela ter sofrido tanto. E foi com sorte que ela chegou sã e salva.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

(De volta. Texto de 22/11/2007)

Beijos.

Vi esse menininho enchendo de beijos o rosto de sua mãe.
Mãe? Garota sem rugas e sem curvas sentada num caminho.
Invejei aquela face que levava de graça mil beijocas de um pequenino tão fofinho.
Quis estar ali como destinatária do inocente carinho infantil, daqueles beijinhos amorosos.
Em troca, levou ele um tabefe e uma repreensão.
Invejei também o tapa.
Quis também ser eu ao invés dele ali recebendo aquela violência gratuita.
Quis naquele momento levar mil tapas no lugar do garotinho para que seus beijos não fossem tão brutalmente negados.
Levaria feliz o tapa e os beijos, a violência e o carinho, contanto que levasse também a certeza de que o pequeno teria sua infância e sua educação preservados.
Ou ao menos queria que aquela outra garota sentada num caminho não descontasse em seu filho as agruras por que passou.
E, sinceramente, prefiro pensar que foi isso que aconteceu.
Prefiro o determinismo à maldade.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

"O olho é o espelho da alma".
Pobres olhos. Pequenos e frágeis.
Um alvo sensível, um pedacinho de vulnerabilidade.
Olhos de reflexo rápido, tementes ao perigo, escondidos na menor ameaça.
Quando há um olho a que se examinar, tortura-se o olho, derrama a gota, arde o colírio, chora o rosto.
Pisca o olho, protege-se.
Mas a pupila que se dilata, a acanhada menina agora atiçada, potencializa a exposição, deixa o caminho livre para os raios de luz, a luz que deve clarear acaba cegando.
A luz mostra o mundo aos olhos, e a forma como os olhos vêem refletem a alma.
Muita luz, pupilas dilatadas, coração aberto, mundo embaçado.
E daí viramos pilha de nervos, uma porta escancarada, não olhamos mais onde pisar, corremos o eterno risco de tropeçar, de cair, de se arrebentar, de sofrer.
Lá está o pequeno buraco dos nossos olhos, aquele que deve regular a entrada de luz, totalmente desleixado, embaralhando as idéias, tirando a razão, tirando os porquês, tirando o resto de trevas e clareando tudo sem limites, a ponto de tirar o fôlego, o sossego, a cautela, as barreiras, tudo. Tudo mesmo.
Mas espera!
Estou falando de colírio ou de amor?

sábado, 3 de novembro de 2007

Se tive algum herói na infância, esse herói foi meu tio. É essa a imagem masculina que eu tive durante meu crescimento. Sei que herdei muita coisa errada dele, a opção política conservadora, a passividade frente ao machismo, as picuinhas, a ironia, o sarcasmo. Muito que o tempo e o amadurecimento melhoraram, tanto em mim quanto nele. Mas também foi meu tio que me trouxe alguns traços da personalidade inabaláveis. Meu time do coração, a forma de humor, as picuinhas, a ironia, o sarcasmo. Meu querido tio agora está longe, sinto saudade. Mas têm coisas sobre meu tio que não esqueço nunca.
Uma das lembranças mais queridas de minha infância com meu tio é uma das fontes de minha admiração.
Meu tio tinha um Lada azul, quatro portas, equipado com um sonzinho. Vez ou outra meu tio me sentava no carro estacionado na garagem e ligava o som. Em seguida ele soltava a frase que me marcou e me marca até hoje "conheço todas as músicas do mundo!". Para provar, a gente ficava lá ouvindo a Transamérica e a Jovem Pam, e todas as músicas que tocavam, ele sabia ao menos um trechinho. Todas! Isso me emocionava, uma emoção infantil, admiração pura. Me orgulhava pois tinha um tio que conhecia todas as músicas do mundo.
Quando paro pra pensar, concluo que deve ser por isso que hoje eu conheço todas as músicas do mundo. O orgulho, hoje, é pessoal, quando eu ligo o rádio e sou capaz de cantar um trechinho de cada canção. Se ainda tivesse aquela inocência, essa verdade seria absoluta. Não tenho, então sei que não conheço todas, e a teoria vai de água abaixo só de colocar numa rádio tipo Itapoan Fm. Mas conheço uma porção de músicas.
Minha especialidade é associar músicas a eventos. Pode me dar qualquer situação que acho uma música que encaixe direitinho (parafraseando o pai de Toula em Casamento Grego: "give me a word, any word, and I'll show you the roots of that word are greek"). Pra todos os tipos de romance, pra todos os tipos de dor-de-cotovelo, pra todo tipo de crise, pra todo tipo de sonho, pra todo tipo de anseio, pode dizer, eu canto sua vida! Essa é uma das minhas habilidades. Sim, minhas habilidades são quase todas inúteis feito essa, mas são divertidas. Quem sabe um dia serei tão divertida quanto meu tio? Ao menos mais musical eu sou, afinal, entraram aqui outros gens...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007


"People just have an affaire, or even... entire relationships...
They break up and they forget!
They move on like they would have changed a brand of Cereals!
I feel I was never able to forget anyone I've been with.
Because each person have...you know, specific qualities. You can never replace anyone.What is lost is lost.
Each relationship, when it ends, really damages me.
I haven't fully recovered.
That's why I'm very careful with getting involved, because...
It hurts too much!

(...)

I see in them little details, so specific to each other, that move me, and that I miss, and...will always miss.
You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details (...)"

Celine, o personagem de Julie Delpy em "Antes do por-do-sol" diz que nunca consegue superar totalmente os antigos amores, sempre há algo específico de cada relacionamento que marca tanto que é impossível esquecer. Ela não é a única, embora muitos lutem com toda força ignorar seu próprio passado e a influência dele no presente. E não são só os tais "detalhes" do outro que ficam, é toda uma série de identificações que a convivência traz, reflexos na personalidade que não se tratam de subtração, mas soma, e uma soma inevitável, e que costuma permanecer. A não ser, é claro, que não haja convivência suficiente... mas sempre ficam, então, os danados dos detalhes.
E enquanto o tempo vai passando, lá vamos nós acumulando relacionamentos. Inevitavelmente acumulamos coisas mais sérias, e aí que os problemas aparecem, problemas ético-sentimentais. Pensemos num lugar que tenha se ido muito antes com a pessoa, ou na lingerie que foi presente do ex... são os extremos fáceis de resolver:
Os lugares são inevitáveis, e provavelmente você já freqüentava antes, se estivermos falando aqui da mesma cidade, e excluindo viagens, etc.
O segundo caso é lógico! Lingerie descartada, não vai servir mais!
Mas existem situações mais delicadas...
Que fazer com as músicas? Que fazer quando ouve uma música que marcou com a outra pessoa, e sem querer associa com a nova? E se for de ciclicamente pensar nas suas músicas favoritas com o favorito da vez? É errado? Tem como evitar? É obrigatório ter músicas novas? E se o gosto musical do atual for igual o do ex? E se ele te dedicar as mesmas músicas?
E tantas outras questões... todas de difíceis ou inexistentes respostas.
Qual é a sabedoria então? Daqueles bravos dispostos a abandonar as lembranças? Enganados nesse erro?
Ou dos e das "Celines" que guardam aqueles detalhes sem negá-los?
Antes do amanhecer e Antes do por-do-sol são filmes apaixonantes, com personagens inesquecíveis, maravilhosos de se ver.
Mas na verdade essa foi a única parte que eu realmente me identifiquei com Celine, e que nunca esqueci. E aí vem:
"That's why I'm very careful with getting involved, because...
It hurts too much!"
É triste quando um relacionamento não dá certo. Principalmente porque isso necessariamente significa novos relacionamentos, todos assombrados pelos fantasmas dos anteriores. Pelos detalhes... E pelo ciúme...
Luas cheias vêm e vão e são sempre românticas.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Eu sou uma piada.
E por isso rio de mim.
Me acho engraçada de me ver fazendo graça com coisas que não acho engraçadas em mim.
Mas é o jeito de ter alguma graça.
Rio das coisas que falo, que não são coisas que penso.
Rio do jeito que tento ser, pelo esforço que faço.
Rio por tentar agradar: logo eu!
Ainda bem que dessas piadas só rio eu.
Só eu sei.
Piadas internas minhas comigo mesmo.
Tem coisas que só eu rio, pois só eu sei a graça.
Só eu sei o que passo, e como ajo, e é engraçado, é hilário.
O jeito é rir, né.
Rir de gente besta, boba, palhaços de circo, malabaristas, que andam na corda bamba.
E pra ser o clichê que sempre sou, falo de lua.
A sorridente lua hoje curtiu um longo caminho com minha cara.
Sempre lá sorrindo, como o gato de Alice.
Ela deve saber...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Enfim, aí vai na íntegra. De 01 de Outubro de 2007, Segunda-Feira.


Na hora em que a mente cala as palavras
Que se pensa demais em sentir demais
A sábia cabeça avisa a boca que não fale demais.
Proteção. Pois já sofreu demais.

Porém a mente não sabe frear as emoções.
Não existe controle pra uma paixão que chega.
Que pode a cabeça fazer quando está atada em pensamentos românticos, idiotizada em um alguém, surda e muda, pois não se fala nem ouve.

É essa a cabeça que quer calar as palavras?
Pode calar, pois o ser humano é coração mas também é razão, e consegue até se conter, quando o objetivo é se guardar.
Por algum tempo.

Mas que fazer se o silêncio é ridículo e constrangedor...
Graças à mesma mente abestalhada que quer calar palavras perigosas, enche-se a garganta de perigo, sufocando a respiração.
(Mas já fica mesmo sem fôlego)

Que inutilidade!

Coração que manda na mente, anuviado em pensamentos apaixonados. Mente que manda na voz, sufocando frases não ditas.

De que adianta a briga dos sentidos por mostrar ou esconder, se é fácil ler a verdade na rebeldia do olhar...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O dia de hoje estressou.
O dia de hoje foi dose.
Foi difícil manter a calma no fim das contas.
O sangue não deixou minhas faces.
O calor não livrou minha nuca.
Minhas mãos não ficaram quietas.
Não consegui parar.
O dia de hoje inundou o que já estava cheio.
Transbordou.
Quando pensei repetida e reiteradamente no dia de hoje, a cabeça deu voltas, rodou, parafusou.
E o dia de hoje se tornou um tormento.
Sorte que é fácil se livrar de tormentos quando se quer.
Eu quero.
Me livrarei.
O dia de hoje é o que se pode chamar de ponto final.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ela está vindo. Pra iluminar as mentes. Inspirar as idéias. Tentar definir. Quando ela chegar... tudo vai mudar. Tudo vai ser lindo. Tudo vai ser alegre. Esperamos por ela... pra finalmente ser... pra nos enxergar... e poder andar por aí. Sem ela as noites são escuras... Os pensamentos anuviados... Os caminhos obscuros. Mas quando ela vier... será diferente... será claro... será óbvio. Espero por ela. Mais outro dia.

Quarta, dia 26, será lua cheia.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Ela acordou assustada no escuro da madrugada.
Tateou freneticamente ao seu lado e desesperou-se ao ver que não tinha ninguém.
Sentou correndo na cama sem fôlego, tentando ver e sem enxergar.
Foi quando acalmou-se subitamente e lembrou que ninguém havia dormido com ela.
Lembrou também que era uma dessas pessoas solitárias.
Não sabia inclusive de onde tinha tirado essa idéia de que poderia haver alguém.
Culpou algum sonho bizarro de que não se lembrava e voltou a dormir profundamente, sozinha, como de costume.
Na tarde do dia anterior andou por uma calçada irregular que formava o caminho de um belo lugar. Andou em silêncio apreciando cada passo que dava, cada movimento que fazia. Estava encantada com sua própria presença num lugar que lhe agradava, e sentia-se mais que bem. Além do mais o sol lhe batia no rosto, esquentando a face, esquentando o corpo, e adorava a sensação do calor. Era apaixonada pelo sol, por isso. Antes que se desse conta, veio de longe um rapaz maltrapilho correndo aos pulos, como uma bailarina, gritando melodiosamente, como uma ópera "Dona! Dona!". Uma hora ouviu, e não pensou que fosse com ela, não era dona de nada. Um homem negro e gordo encostado num poste com cara de feliz da vida alertou "Moça!", e novamente não a convenceu. Não era nada moça. O menino finalmente a alcançou, parecendo alegre, e triunfou "Senhora, deixou cair seu lenço". Era dona afinal, dona do lenço. Olhou para o pedaço de pano que não lhe servia muito e com o qual não se preocupava. Olhou para o menino que esperava sua gratidão. Preferiu achar que esperava dinheiro, e lhe deu uma moeda. O garoto sorriu com surpresa, e ficou ele grato.
Como não lhe agradava conversar, restava-lhe pensar, e foi sobre aquilo que pensou no resto do dia, quando se pegava sem ter o que fazer. Divagou, filosofou, teorizou. Era mesmo uma típica anti-social.
Quando foi para casa à noite, preparou em silêncio seu jantar, não pensou em ninguém. Comeu em silêncio, não pensou em ninguém. E depois encontrou-se em suas leituras, entrou-se em seus escritos, fechou-se em seu mundo. Melhor dizendo, nunca esteve livre dele. Foi dormir bem tarde, sem querer ninguém ao seu lado.
Mistérios da noite...
Quando acordou de manhã já sabia que não haveria ninguém. Lembrava-se bem de que tinha dormido sozinha, e das mãos que procuraram sem achar de madrugada. Não conseguiu esquecer.
Olhou-se no espelho e viu a sombra arrocheada em volta dos olhos. Não piorava mais. Mas naquela manhã não gostou de suas olheiras, achou-se feia. Tinha tudo pra ser um dia de mau-humor.
Saiu então amarga, em poética antítese com a doce brisa da manhã.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Às vezes não me acho bonita o suficiente.
Minha forma está longe do ideal.
Até eu me irrito com meu humor.
Péssimo costume de chatear os outros.
Pouca humildade e egoísmo.
Nunca penso na coletividade e sempre preguiçosa.
Falo demais e tenho problema em ouvir, fisiológico, inclusive.
Muito séria, e podia ser menos fechada.
Ao mesmo tempo não levo nada a sério.
E ao mesmo tempo levo tudo a sério demais.
Sensível, irritável, magoável, vulnerável.
Mais complicada que o normal do ser humano.
Muito mais.
Tenho certeza de que sou uma pessoa desagradável.
Entretanto...
Curiosamente...
Estou convencida de que sou das pessoas mais interessante que há por aí.
O que há de melhor mesmo.
E olhe que já vi muita coisa.
Tava até querendo saber se tinha alguém igual a mim.
Achava que ia ser difícil.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Solta em meio ao caos preciso de um referencial pra por as coisas no lugar.
Se me perco em meio à bagunça dos pensamentos e lembranças, devo me achar em relação aos planos.
Largada em meio à confusão das tarefas, dos afazeres, quero encontrar um meio de organizar.
Em meio à minha vida tenho que ver o certo.
Naufragada... esperando o que?

Holding Out For A Hero
Bonnie Tyler

Where have all good men goneAnd where are all the gods?
Where's the street-wise Hercules
To fight the rising odds?
Isn't there a white knight upon a fiery steed?
Late at night I toss and turn and dream of what I need

I need a hero
I'm holding out for a hero 'til the end of the night
He's gotta be strong
And he's gotta be fast
And he's gotta be fresh from the fight
I need a hero
I'm holding out for a hero 'til the morning light
He's gotta be sure
And it's gotta be soon
And he's gotta be larger than life

Somewhere after midnight
In my wildest fantasy
Somewhere just beyond my reach
There's someone reaching back for me
Racing on the thunder and rising with the heat
It's gonna take a superman to sweep me off my feet
Up where the mountains meet the heavens above
Out where the lightning splits the sea
I would swear that there's someone somewhere
Watching me
Through the wind and the chill and the rain
And the storm and the flood
I can fell his approach
Like a fire in my blood

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Subo devagar a ladeira que contorna a cidade,
sem me importar com as buzinas,
em silêncio, dessa vez.
Observo maravilhada uma esfera incandescente,
um circulo de ouro que inunda uma poça d'água, que vez ou outra é mar.
Sinto a paz do fim do dia e me intimido.
Sigo o rumo.
Acontece que viro uma curva e me deparo com uma esfera pálida,
um círculo gigante de prata governando o céu.
Sou dominada por uma súbita alegria e não paro mais de sorrir.
Lá está ela, linda, imponente, não deve em nada.
Adoro, adoro sempre.
Vejo tudo isso pelo azul envidraçado do dia-a-dia.
Toda essa mágica que me faz fazer poesia.

sábado, 11 de agosto de 2007

Textos Gêmeos de 08.08.2007:

Texto 1.
Pega pensando.
Briga com a cabeça.
Olha pro nada.
Tapa na testa.
- Acorda!
Suspira sem porque.
Raiva de pulmão.
Não ouve ninguém.
Limpa esse ouvido.
Vaga sem rumo.
Não olha por onde anda.
Tropeça, se bate. Desequilíbrio. Sonhos esquisitos.
Ri só.
Coisa de doido.
- Tem cura, Doutor?
Pensa.
E sente saudade.

Texto 2.

Pega um pensamento, joga pela janela, entra no céu, voa nas nuvens, vê as estrelas, para na lua, acorda assustado, anda sem rumo, não entende nada, abre a geladeira, não tem fome, bebe água, joga o resto fora, vai na janela, vê a noite, volta pra cama, não dorme, senta e para.
Parado, pensa em tudo, lembra com cuidado, tenta entender, tenta se apegar, tenta se livrar, tenta esquecer, não consegue, joga pro alto, aceita, imagina de novo, respira fundo, fecha os olhos.
Pega o pensamento, joga pela janela, vai atrás dele, voa nos céus, vai às estrelas, chega no mundo da lua, não acorda nunca, anda, entende, come, bebe, embriaga, encosta na janela, respira fundo, aceita, sonha sem rumo, acordado, lembrando, entendendo, apegando, conseguindo, perdendo o jogo, perdendo o controle, lá no alto, imaginando, suspirando, de olhos fechados, sorrindo enlouquecido e parado.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Que timidez pode ter a lua?
Belo satélite que se exibe esplendorosamente no céu se aproveitando da luz alheia...
Sorriso maroto que zomba de notívagos perdidos na noite...
Banda brilhante que irradia metade de exuberância completa...
Bola amarela que enche de graça os corações apaixonados e faz graça com os corações partidos...
Por que se acanharia?
Que dá então na lua de se esconder embaraçada nas esparsas nuvens de chuva, num discreto palpite de sua imensidão, mergulhada numa modéstia insana de não-mediocridade?
Seria surto de humildade tardia, depois de dias de voraz conquista aos românticos?
Seria mais uma brincadeira, mais uma tentativa de humilhar os já encantados que agora não podem mais viver sem sua imagem?
Creio que a lua cheia, já minguando, bela e dourada, que se esconde atrás das nuvens de chuva, nada mais é que um deixar levar, uma dessas coisas que não se precisa explicar, nem entender.
É como o calmo vai-e-vem das ondas de um início de romance.

A Lua MPB4

A lua Quando ela roda É nova!
Crescente ou meia A lua
É cheia!
E quando ela roda
Minguante e meia
Depois é lua novamente...
Quando ela roda
É nova!
Crescente ou meia A lua
É cheia!
E quando ela roda
Minguante e meia
Depois é lua-nova...
Mente quem diz Que é lua velha...
Mente quem diz!

domingo, 15 de julho de 2007

Ganhei uma flor ao contrario.
Não era uma flor de namoro, uma flor que conquista.
Era uma flor qualquer, sem destino pra mim, sem sentido nenhum.
Essa flor era nuvem de chuva cobrindo a lua cheia.
Era mal cheiro estragando o perfume.
A flor tinha preto e branco manchando o colorido.
Nessa flor tinha sombra estragando a luz e luz estragando a penumbra.
Era o inverso do romance.
Uma flor que vinha na contra mão das flores, e não vinha pra me agradar, vinha pra nada.
Não tinha o aroma clássico das flores do amor clássico.
Não era sequer uma flor de amor.
Mas sua aparência era impecável, não tinha inseto que a estragasse.
Podia ter sido uma flor de amor mas não foi.
Eu ganhei essa flor ao contrario que poderia ser algo especial, mas não era coisa nenhuma. Ganhei uma flor que não era pra mim, e por isso deixou de ser flor e ficou só a vontade.

"Whatever happens, I'll leave it all to chance Another heartache, another failed romance
On and on, does anybody know what we are living for ?"

terça-feira, 3 de julho de 2007

Bateu asas e voou.
Mesmo sendo assim, gente.
Era preciso perder o chão, sair por aí com nada sob os pés.
Naquele momento não teve vontade de ter apoio nem porto seguro.
Queria insanamente se libertar de precisar.
Soltava as amarras com a mesma intensidade que o ar dos pulmões.
Mesmo sendo assim, gente, que precisa de ar e de amarras, voou.
Teve vertigem, sentiu calafrio, mas queria mais e mais.
Sentiu a liberdade daquela independência, de estar solta e desgarrada de satisfações e explicações.
Era gente e precisa de gente, mas por um momento teve que não precisar de ninguém, e ser só de si mesma.
E viveu essa vida.
Bateu asas e voou, como uma borboleta.
E como uma borboleta não durou de um pôr-do-sol ao outro.
E voltou para o chão.
Mas estava revigorada e pronta para de novo pertencer.
E precisar de alguém.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Ontem pensei num sonho que sonhei mas que não lembro. Hoje vi uma lua brilhante iluminar o mar. Amanhã, quem sabe?

terça-feira, 19 de junho de 2007

(Continuando o intercâmbio blog-orkut, e aproveitando pra fazer uma homenagem atrasada pra essa mocinha que fez anos dia 16...)

Hoje eu sei que era uma menina quando foi mãe. Uma menina da minha idade. E hoje eu vejo que fui criada por uma menina, uma pessoa que foi crescendo comigo, educando outra menina, e que se saiu muito bem, pelo menos nessa tarefa. Não podemos condenar essa menina pelos erros, pelas escolhas equivocadas, pelas más atitudes. Nem mesmo hoje, devemos julgá-la, pois mesmo depois de crescer, envelhecer, viver mais anos, mesmo assim, não deixou de ser uma menina. Mesmo tendo hoje o dobro de minha idade, de minha experiência, mesmo sendo mãe há 21 anos, não deixou de ser uma garota, uma senhora no mínimo sapeca. Tinha 21 quando foi mãe, uma menina da minha idade. "E hoje eu já sou mais séria do que ela". Quem acha que eu sou moderninha não conhece minha mãe. Quem pensa que minha mente é aberta não conhece minha mãe. Quem diz que eu sou meio biruta definitivamente não conhece minha mãe. Ou talvez conheça, e ache que está tudo explicado. : ) Ela me criou, ela me educou, ela me deu amor. Ela me deu juízo, ela me deu dois pais (e foi o terceiro). Ela me deu leite Ninho que me fez engordar, e leite de Chernobyl que me fez crescer demais (juntamente com o frango com hormônio). Ela me deu umburoska na praia, me ensinou a jogar buraco e gamão. Me fez gostar de Michael Jackson, da lua, de horóscopo, de ler (incansáveis ordens nesse sentido) e de pensar. Ela me deu meu nome esquisito, ela tem o mesmo signo que eu. Ela já fez "algo de diferente no mundo", que sou eu, mas que também é parecido com ela. Que é filha. Pois a menina é minha mãe. Essa mãe que é diferente que nem o nome que deu, que nem a filha que teve. Essa mãe com um parafuso a menos, mas é a que eu tenho, fazer o que? Curtir mais uma fase com essa mãe, mais um ciclo lunar. Ao lado dessa mãe, cuidando dela, dessa vez. Pois eu já sou um tanto mulher, deixando de ser menina. Mas ela não. Essa aí não sai do um e sessenta e três. ; ) Só passam os anos... 21 de mãe e mais tantos de vida.
Bj mãe.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Essa é minha antiga descrição do Orkut, mas gosto tanto dela (e pra atualizar sem ter o que escrever) que resolvi publicar aqui.

("Fingindo ser o que eu já sou"...)
Meu tênue humor pode se perder de um segundo pro outro... sim...
Minhas frágeis opiniões, tão ferrenhamente defendidas, e muitas vezes tão contraditórias... sim... Minha carência e minha aversão ao contato... sim...
Minha falta de capacidade de achar que posso falar coisas certas e minha tagarelice... sim... Minha anti-socialidade e meu medo de rejeição... sim...
Ácida, sarcástica, irônica... sim...
Preocupada com os amigos, e até com quem não sabe ou merece... sim...
Controversa... sim...
Sempre A-U-T-Ê-N-T-I-C-A!
Sempre

"I'm a million differente people from one day to the next I can't change my mold, no, no, no"