segunda-feira, 30 de junho de 2008

terça-feira, 6 de março de 2007

Sempre foi difícil para mim entender os fenômenos da natureza.
Não só coisas magnânimas como terremotos, erupções vulcânicas, ou Tsunamis.
Não no sentido de absorver informações científico-metereológicas, mas no sentido de absorção psicológico-sentimental.
Explico.
É difícil pra mim sentir a chuva na minha cabeça e não imaginar que o mundo inteiro esteja desabando. E assim me divertir com o choque de ir e voltar no espaço do limiar da chuva. Explico.
Numa rua chove. Na outra não.
Eu vou e volto na chuva e não chuva. Mas o melhor mesmo é ver a chuva no mar. Ver a formação do espaço cinzento, e perceber o momento exato da precipitação. De longe é uma neblina disforme. Me emociona saber que é chuva. ...

Meu bisavô Décio levava minha mãe e meu tio para o estádio de futebol, ela sempre me contou, em dias de tempo fechado.
Quando a chuva caía, espantando os demais torcedores, clamava ele - é só uma nuvem, permanecendo com as duas crianças enquanto a água celestial encharcava roupas e corpos. Cheguei a conhecer meu bisavô, mas nunca o escutei dizer a frase.
Ainda assim, repito-a como se fossem minhas próprias roupas e corpo que se molhavam naquelas fontes novas, naquela época.
Isso também porque já me acostumei a ver a tal nuvem me seguir aonde quer que eu vá. Isso porque sei que a nuvem paira sobre minha cabeça. E freqüentemente chove.
E de vez em quando cai um temporal. Sou cabeça de chuva e minha chuva é cabeça. E hoje é dia de temporal.
Quero então me centrar, incorporar o espírito de um velhinho criativo, e clamar a existência de "só uma nuvem", quando o mundo inteiro desaba em minha cabeça. (LOVE)

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