terça-feira, 7 de setembro de 2010

Duas Cores

(Trilha sonora: Mombojó)

Agora eu sei o que quero enxergar
Esse colorido não devia mais me enganar
Porque a cor deforma
Quando a luz vem a brilhar
E assim seu olho começo a decifrar

Dai-me outra cor
Que não seja a do seu olhar
Dai-me outro amor
Que venha pra me perpetuar
Dai-me outra cor
Que não tenha o que eu quero enxergar
Dai-me uma dor
Que sirva para eu acordar
Dai-me outra cor, dai-me um amor, dai-me uma dor

Pelas esquinas que eu andei
Nenhuma delas te encontrar
Mas eu tou sempre por aqui
Quando quiser, é só chamar
Andando reto, sem destino
Vivendo sempre do passado
Não quero mais me desmentir
Eu não vou mais te procurar

4 comentários:

Ju Marques disse...

Que sotaque mais lindo! Adorei!

Rob disse...

Quantas pessoas fizeram esse poema? Ele é a contradição em si mesma. Uma surpresa atrás da outra que não deixa que alguém julgue conhecer a ideia do autor por elas. A autoria não é sua (é uma trilha sonora)?
As duas questões que mais me perturbaram foi que, após pedir que (o outro) projete sobre ela (a personagem) uma imagem que venha a perpetuar, o que denuncia uma cosnciência de que as realidades são projeções, ela pede uma cor que não tenha o que ela quer enxergar.
E não tem imagem mais perturbadora do que alguém andando reto, o que denuncia toda uma objetividade, um início e um fim, sem destino.
Embaralhou minha cabeça por completo.

Chan. disse...

Fabio Pina, pelo amor de deus, se acalme, é uma música.

Apesar de linda, é uma idéia muito simples: fala sobre uma pessoa que cansou de correr atrás de outra, de se humilhar, de dar murro em ponta de faca. Aí então ele dialoga com essa outra pessoa como forma de exorcizar a presença dela em sua vida.

Por outro lado, ele não esconde que ainda gosta dessa pessoa, e que ela exerce uma influência sobre ele.

Uma pessoa, cansada, that's all. Deixe de complicar! Como diria Paul, silly love song.

Rob disse...

Está vendo! Foi estimular! Em breve vai estar concordando com Blake que isso não é interessante, mas pura chatice. Vou tentar me controlar.