sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dois.

Anda ela no túnel escuro, sempre em frente, sem pensar em voltar atrás.
Procura a tal da luz que se diz por aí salvar os perdidos.
Caminha em linha reta pois é o único caminho, esperando aparecer o arbítrio.
Segue nas sombras escondida sem se esconder, sem que ninguém veja.
E não é sempre que dá pra ver as lágrimas que derrama no escuro.
E não é sempre que há um mágico que crie tramas no absurdo.
Claro, não pra quem for por esse túnel de trevas, nada se vê, nada se cria.
Apenas se segue.
E quanto mais se percorre, mais dormentes ficam os pés, mais confusas ficam as metas.
Para onde mesmo está indo?
Já não sabe mais que fim vai ter o caminho, se no sonho ou no pesadelo, se no plano ou na decepção.
Será que não dá pra parar no meio? Desistir? Se já nada mais faz sentido, é tudo ilusão.
Aonde vai dar esse passo se essa luz já não existe em sua crença. Cá pra nós, nessa altura já não acredita em nada!
Todo esse tempo soube que subitamente, de um canto na escuridão, algo ia surgir.
Sabia, mas não acreditou, que existia. Mas existe, e apareceu.

2 comentários:

Ju Marques disse...

"Venha sem chão,
me ensina a solidão
de ser só dois..."
(Maria Gadú - Laranja)

Muito boa essa música!

Ju Marques disse...

Só um adendo... me identifiquei bastante com algumas coisas!

Muito bom! Muito bom mesmo!