quinta-feira, 3 de julho de 2008

sexta-feira, 13 de abril de 2007

(Continuação do post anterior)
A irmã de Luana se chamava Carla e caminhava para os trinta. Na infância, Luana caiu no maravilhoso e romântico encantamento que se nutre pelas irmãs mais velhas. Carla não era uma irmã mais velha qualquer. Ela era sensacional. Não era só Luana que Carla deslumbrava, mas todos ao redor. Alta e linda de corpo, tinha o rosto perfeito. Belas mãos e seios, coxas fortes, barriga enxuta, quadris sensuais. O cabelo era impecável e brilhante, os olhos eram claros e o sorriso cativante. O nariz era fino, e as orelhas bem colocadas. Carla parecia uma Top Model. Mas não se interessava por moda, embora seu estilo próprio fôsse elegante e influênte. Muito simpática, tinha muitos amigos e muitos admiradores. Era boa e prestativa, delicada e generosa. Pensativa, era discreta. Observadora, era compreensiva. Entretanto, não se espantem, com todas essas qualidades, o que mais se destacava nela não era nem a aparência nem a personalidade. Isso porque Carla acima de tudo era um gênio. Não um gênio matemático ou físico, nem lingüistíco ou literário. Dominava toda e qualquer coisa que lhe era ensinada. Associava uma inteligência viva e desenvolvida a uma memória espetacular. Interessada por todas as áreas, era, todavia, apaixonada pelo clima. Tornou-se doutora em metereologia antes de se casar. Mas embora sua paixão por raios e furacões fosse marcante em boa parte de sua vida, nada era maior do que sua adoração pela irmãzinha caçula. Quando perderam a mãe Carla já era crescida e tomou Luana como sua própria cria. Não como filha, mas como fruto de sua educação. Eram apegadas e se divertiam juntas como se vê por aí nessas irmãs que se amam muito.

***

Como então explicar que Luana um dia viria a repudiar sua irmã? Devo dizer que posso determinar exatamente a causa. Luana idolatrou Carla até o dia em que, subitamente, começou a reparar em seu irmão.
(continua...)

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