terça-feira, 16 de dezembro de 2008

DESTINATÁRIO IDENTIFICADO: você.

(É...)

Se pudéssemos medir
o quanto do longe que nos afeta
Se conseguíssemos saber
até onde nossa mente fantasia
Não seria necessário revelar
e seria aceitável mentir para nós mesmos
Devanear que o real é de mentira
E nos convencer da nossa loucura.
Se pudésemos ter a certeza
de que o que pensamos é pura besteira
Não precisaríamos nos repetir e nos dizer
que o que pensamos é besteira pura.
Não seria necessário lutar
contra nossa falta de razão,
que busca racionalizar
as tantas emoções.
Se o lunático se mostrasse em sua certeza,
de que o longe e intangível faz o que faz,
que as coisas são como são,
que cada um é de quem é,
que o controle é mínimo,
que o predestino é real,
que ele chegou atrasado,
e que ele está fora da órbita deles,
sua lua estaria mais próxima,
seu mundo seria menor, mais caminhável,
sua fantasia seria vivível,
e acharia o que é seu por direito.

(Sim...)

2 comentários:

Eduardo Pelosi disse...

Eu voto em levar a loucura a sério!

Tito disse...

Se eu pudesse dizer
O quanto me afeta
Até onde eu me meta
Faço o que dá na veneta
Só lembro a poesia concreta
Me metendo a besta
Me faço careta
Te jogo indireta
Ai que preguiça
Ah, que cansaço
Tanto estardalhaço
Estilhaça meus ouvidos
Me deixa zonzo
Mesmo que ao som do banjo
Rá, rá, tá quase engraçado
Tô aqui quase descalço
Procurando me abastecer
De sentido e métrica
Quiçá rimasse
Mas não
Sou cabeça da minha romaria
Vapt-vupt e passo a régua
Me passa a régua?
TumTumTumTumTumTumTum
Por que? Porquê? Por quê?
E o locutor anuncia mais um peixe
Afogado inebriado de B.B. King.



tchau!