quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2011

Não podia ficar mais nem um minuto com a gente.
Sentia muito, mas não podia ser.

Diante de uma opressora selva de concreto - e sob o sol de escaldar
não tinha mais aonde se esconder dos demônios criados que tinha de exorcizar.

Preferiu fugir.

Apagar a luz e faltar gasolina... se empurrar pra outro lugar.

Talvez só ir.

Pode ser que só queira levar todos pra passear,
respirar fundo e sentir a terra de lá.

Talvez os demônios esqueçam dos prédios de onde vieram e nadem nus no rio, corram livres pela floresta.
É possível que crie apenas uma canção de libertação.
De desatar os nozinhos das amarras que fez ao longo do tudo.

Culpa de quem deixou esses nós à mão. Então... se vão. Pode ser só dança.

Quem algum dia esquecerá esse verão? Que não se amarre então aos demônios que virão. Que sigam todos soltos e livres.

Que não se esqueça do que criou para o mundo (e não pra si), de seus antes.
Que não exclua o que construiu (seus sonhos) dos seus daqui a pouco.
Que viva (viva!) seus agoras.

E que não perca seu trem que sai agora às 11 horas.

4 comentários:

lilaks disse...

Já disse q não sinto fuga,minha pequena...e sim ALTERNATIVA!
Sempre foi
"I want it all and I want it now"...
Agora quero é ter TEMPO...e espaço pra poder LEMBRAR,sem me desgastar...
Amo vcs,meus presentes. Só não quero que sejam mais apenas o que me sustenta aqui...
"I'll be (right and always)there"
Quem sabe a doce e carinhosa mãe que vc sempre quis?
;-)

Chan. disse...

Este texto se encaixa na categoria: "opinião do autor".

Ju Marques disse...

E é lindo... cheio de sentimento! Fez brotar lágrimas nos meus olhos.

Ricardo Dib disse...

A "opinião do autor" nesse caso é muito boa.
Nós e nossos demónios...