quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Drão.

Dispensada cerimônia, caminhou sozinho o lavrador.
Tenra manhã, caminhou na terra úmida, nos charcos, no chão.
Em sua casa, paira sua ausência, e ninguém ninará o bebê.
Sob os primeiros raios do dia, pôs-se a rezar. Pôs-se a chorar. E pôs-se a cavar.
O semblante de trabalhador dedicado, o passo torto do homem acabrunhado, e a honra do pai que não há de se desesperar.
E não haverá que pensar em firulas, quando estão todos com saúde.
Não lamenta, nem pensa, nem se lembra, que nada há de viver para sempre antes de reviver em flor.
Morreu, e foi enterrada sozinha com seu nome:
semente.

4 comentários:

Eduardo Pelosi disse...

Se floresceu não morreu =]

Ilana Guimarães disse...

Que coisa linda, Chandra! Parabéns!

Ju Marques disse...

Morreu para florescer.

Muito lindo! Muitos símbolos e muito simbólico! Amei!

Ricardo Dib disse...

"Tem que morrer pra germinar"